* Jonas Araújo Pereira Júnior
Atualmente
o ensino de história vem ganhando novos contornos, e é dever do educador
acompanhar essas mudanças. Claro que sempre tomando o cuidado de não ser um
reprodutor de mecanismos educacionais, mas sim, um agente crítico desse
processo.

Nessa
dimensão, ocorre que o cotidiano já é história vivemos na sociedade do
imediatismo onde tudo é pra ontem, nada é duradouro e tudo é descartável. Mais
espera aí, quem inventou isso? Como de repente os valores se modificaram
radicalmente em um curto espaço de tempo? De que maneira a sociedade reagiu e
vem reagindo diante dessas transformações?
A
resposta é curta e complexa meios de comunicação de massa. A elite globalizada
percebeu que é bem mais eficiente e lucrativo investir na manipulação dos olhos
e das mentes do que investir na repressão física direta. Em fim parece fazer
sentido o dito popular “uma imagem fala mais que mil palavras”.

Nessa situação os historiadores se vêem no inesperado papel de atores políticos. Eu costumava pensar que a profissão de historiador, ao contrário digamos, da de físico nuclear, não pudesse pelo menos, produzir danos. Agora sei que pode. Nossos estudos podem se converter em fábricas de bombas, como os seminários nos quais o IRA aprendeu a transformar fertilizante químico em explosivos. Essa situação nos afeta de dois modos. Temos uma responsabilidade pelos fatos históricos em geral e pela crítica do abuso político ideológico da história em particular. (HOBSBAWM 1998, p.17-18).
Mais
o que adianta um discurso desse tipo feito por um professor graduado dentro de
uma escola de realidade periférica e marginalizada, onde boa parte dos alunos
são analfabetos funcionais? Certamente teria pouco efeito, agora imagine
fomentar essa mesma comunidade escolar a produzir vídeos e fotografias que
retratem os problemas de sua comunidade ou cidade relacionando com os problemas
sociais do início da república brasileira. Experimente propor que essa
comunidade se divida em pequenos grupos, onde deveram escolher um programa de
TV, de preferência o mais assistido naquela comunidade, e em seguida montar
sinopse, roteiro, storyboad, edição e etc para adaptar o dito programa a
realidade da comunidade e do tema histórico estudado.
Por
meio dessa prática pedagógica o professor pode criar condições para que o
educando possa sentir-se protagonista no estudo da história e ao mesmo tempo
que passe a olhar de maneira mais crítica a sua realidade e aquilo que assiste
nos meios de comunicação.
Logo, logo estará disponível nesse
blog exemplos de sinopse, roteiro e storyboad.
Contestado: Jornal nosso Brasil, feito pelos alunos do 9 Ano do Ensino Fundamental |
Discovery Cest: Tribunal de Nuremberg |
* Graduado em história pela Universidade Federal do
Amazonas, especialista em ética e política pela Serviço de Ação e Reflexão Social da Amazônia, professor da rede municipal de
ensino em Manaus, professor da rede estadual de ensino do Amazonas e professor assistente da Universidade Estadual do Amazonas.
Muito bom Jonas! Apenas corrigindo, o CACHA agora chama-se apenas Centro Acadêmico de História. Esta mudança ocorreu no II Congresso e o regime é semi-presidencialista.
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