No ultimo
dia 08 foi realizado o IV Fórum Acadêmico do Serviço Social
da Faculdade Martha Falcão, com o objetivo de debater o tema “Violência Urbana
e Juventude”. Para apresentar as diversas facetas sobre o assunto foram
convidados o Ex-conselheiro Tutela João Furtado, a assistente social Débora
Galli representante do Canal Futura e o Especialista em Ética e Política Jonas
Araújo.
O debate
foi bastante acalorado, e em função disso, nutriu a necessidade de aprofundar
por escrito parte das temáticas que foram tratadas no evento. Sabendo que a
função de espaços como fóruns, seminários, debates e etc. tem por meta gerar a necessidade
da busca pelo conhecimento em determinada pauta, vamos amplificar esse debate.
Sociedade
brasileira
Compreender
as situações ligadas há um determinado segmento da população, exige que
compreendamos as relações gerais da sociedade, por isso Thalita Coelho, em seu
artigo “A juventude inserida no
contexto da violência urbana” comenta que a cidade-mercadoria,
padronizada pelos mecanismos de regulação do capital, também padroniza sua
atenção a uma população hegemonizada, que internamente apresenta uma série de
contradições e conflitos.
A sociedade atual sofre de uma
contradição característica da própria modernidade a chamada “síndrome do
Pertepam”, ou seja, a busca eterna para manter a estética e as características
juvenis, ao mesmo tempo, essa mesma sociedade marginaliza a figura juvenil que
não se encaixa nos padrões econômicos vista como expressão de todo mal estar
social, provoca inquietações e evoca “problemas sociais” tais como violência e
irresponsabilidade.
Nesse processo esvaziou-se as
concepções de que o Estado é o que organiza, a Família é a que socializa, a
igreja é a que moraliza, Escola é a que culturaliza. A modernidade desconstruiu
os conceitos estabelecidos pelo saber científico, gerando um distanciamento
entre o Real e o Ideal a Lei e a Prática o que acabou produzindo a sensação da
Impotência X Onipotência .
O
Mapa da violência 2012
Essa leitura ganha eco nas analises
feito por Michaud no Mapa da Violência
2012: Os novos padrões da violência Homicida no Brasil, onde apresenta que a
violência ocorre quando, em uma situação de interação, um ou vários atores agem
de maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa, causando danos a uma ou a
mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua
integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e
culturais.
Dito isso vamos a primeira tabela.
Fonte:Sim/SVS/MS;*2010: Dados Preliminares |
Percebe-se que os dados referentes as
faixa etárias que vão de 15 a 29 anos são os mais elevados, isso fez com que os
organizadores do Mapa construíssem o conceito de Vitimização Juvenil por homicídios que resulta da relação entre a
taxa de óbitos por homicídio da população de 15 a 24 anos de idade e as taxas
correspondentes ao restante da população: considerada não-jovem.
Tabela 2.5.1. Taxas de Homicídio Jovem, Não-Jovem e
Vitimização Juvenil (%) por Homicídio. Brasil, 2000/2010*
Fonte:Sim/SVS/MS;*2010: Dados Preliminares |
Tabela 2.5.2. Taxas de Homicídio Jovem(15 a 24 anos) por UF e Região. Brasil, 2000/2010*.
Fonte:Sim/SVS/MS;*2010: Dados Preliminares |
Diante de tais dados gostaria de
propor uma problematização: “Como poderiam os oprimidos dar início
à violência, se eles são o resultado de uma violência anterior ?”
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